Limiares da resiliência de fluxos hídricos em ambientes de rápida urbanização
Apresento-lhes aqui mais um artigo muito interessante sobre resiliência e qualidade da água, intitulado Threshold and resilience management of coupled urbanization and water environmental system in the rapidly changing coastal region . Entendo que a busca principal do artigo selecionado da revista Environmental Pollution é captar o Conceito de Limiares da Resiliência dos Fluxos Hídricos através de um modelo que dialoga entre o uso e a ocupação do solo com índices de qualidade da água, também passível de replicação.
Quando os autores buscam a compreensão do conceito de limiares eles oferecem limites científicos para as tomadas de decisão de gestores da coisa pública em âmbito Público ou Privado.
A análise tem por objetivo facilitar a gestão ambiental e de recursos de determinada região, especificamente uma cidade costeira na China, criando índices para que sejam identificados pontos cruciais que excedam ou não cumprem a legislação hídrica chinesa.
O conceito de limiares para a resiliência em sistemas terra-água, como a cidade costeira analisada pelo artigo proposto, levam em consideração dois conjuntos de dados: um sobre os potenciais da paisagem composto por 6 métricas e outro referente à qualidade da água com 7 métricas destacadas.
Os métodos utilizados são prioritariamente gerados com modelos de regressão e sumariamente descritos, facilitando a replicação. Há um destaque necessário que indica respostas não-lineares que variam conforme os limiares para cada índice.
A área disponível para uso de dados compreendia 61 sítios de coleta de informação dentre os quais foram selecionados 18 capazes de prover dados para a análise e de abranger as diferentes zonas do planejamento de uso e ocupação do solo.
As 06 métricas relativas ao uso e ocupação do solo foram (siglas em inglês):
- CA – Classificação da Área
- PLAND – Percentagem da Paisagem
- ED – Densidade da Borda
- PD – Densidade do alvo
- COHESION – Índice de coesão
- SHAPE_AM – Média ponderada do índice de ocupação por área
As análises de Qualidade da Água segundo o orgão regulador chinês classificam os corpos hídricos em 04 classes. Dentre diversas métricas possíveis os autores escolheram as 07 métricas que demonstraram mudanças bruscas durante o período de 2000 a 2008. São elas:
- pH
- DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio
- NH³-N – Nitrato de Amônia
- Óleos – Petróleo e derivados
- VP – Fenol volátil
- P – Fósforo
- F – Flúor
A região escolhida para o estudo é Lianyungang, China, uma cidade que apresenta índices de desenvolvimento que variaram entre 19,46% de uso urbano do solo em 2000 para 55,72% no ano de 2013, demonstrando um intenso processo de urbanização com impacto direto nas categorizações do uso do solo e variações da qualidade da água.
Descobrir os pontos limiares da resiliência do sistema hídrico da região é encontrar os limites aos quais uma vez superados não há mais retorno à condição primária em serviços ecossistêmicos.
Quando há a falta de conhecimento as políticas são carentes em objetividade e propagação (implementação real). Para orientar a gestão concomitantemente conectada com os resultados das análises os autores delimitam em um gráfico com as 03 diretrizes prioritárias para a otimização de soluções para a paisagem:
- Diminuir a alta taxa de urbanização,
- Levar em consideração padrão de paisagem no planejamento ecológico e
- Design e melhoria dos serviços ecossistêmicos da paisagem
Uma das premissas advindas deste tipo de estudo é que através de análises estatísticas pode-se avaliar que quanto maior o nível de urbanização menor a qualidade da água. As diferentes categorias da paisagem são semelhantes em clima, topografia, tratamento de esgotos e áreas costeiras.
Os rios chineses nacionalmente vem sofrendo pressões intensas em sua qualidade dado o incessante aumento do uso urbano e industrial do solo, além dos diversos pontos não focais da poluição agrícola ou aquiculturais e o uso irrestrito de fertilizantes, pesticidas e rejeitos rurais como estrume. Estipulam que o crescimento na emissão de esgoto nos corpos hídricos tem um aumento de 10% ao ano.
Autores: Yangfan Li, Yi Li e Wei Wu
Link do artigo: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0269749115300361
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