Filmes boungainville, coconut, cocos, north solomons, papua nova guiné, revolução, revolution Carlos Diego 17/10/2016

Documentário imperdível: A Revolução dos Cocos – The Coconut Revolution

Esta historia poderia ter acontecido em qualquer século no passado colonial, contudo ocorreu entre 1988 e 1997 e destoa de muitas outras.

Agora ela é a história moderna de uma notável vitória, de pessoas e suas origens, sobre o poder colonial, empresarial e mercenário na mineração.

A primeira revolução ecológica do mundo

Em meados de 1988 Bougainville, uma ilha no Oceano Pacífico, levantou-se em armas contra empresas e governos corruptos instituídos. The Coconut Revolution (A Revolução dos Cocos) é tratada como a história da primeira revolução ecológica do mundo.

Recorte de mapa político indicando Bougainville no Oceano Pacífico

A mineradora alvo de protestos dos originários foi a Rio Tinto Zinc (RTZ), uma empresa com nome de rio espanhol de origem anglo-saxã, fundada em 1873 e com sedes em Londres e Melbourne. É conhecida mundialmente pela sua atuação na explotação de minerais na Oceania, no Canadá e em Guiné-Bissau.

Após a negativa dos pedidos comunitários de cessão das atividades, a população local iniciou uma série de eventos que provocaram uma guerra civil por quase 10 anos, com início em 15 de maio de 1988, quando a mina de Paguna foi fechada.

Capa de A Revolução dos Cocos - A história da primeira revolução ecológica do mundo — Capa de A Revolução dos Cocos – A história da primeira revolução ecológica do mundo

Até o final da guerra civil, “vencida” pela população local com divergências quanto a quantidade de mortos nos combates, variando entre 15 a 20 mil pessoas de acordo com o governo australiano e de 1 a 2 mil pessoas de acordo com John Braithwaite em Reconciliation and Architectures of Commitment: Sequencing Peace in Bougainville

Pelas suas características intrínsecas, é considerada a primeira revolução ecológica da história humana.

O documentário The Coconut Revolution

O documentário foi produzido pela National Geographic e financiado pela Soros Foundation.

A narrativa é centralizada em atuações e narrativas de Francis Ona. Ona é um dos moradores do entorno da Mina de Paguna e no final da década de 80 representou a população em diálogos internacionais.

O documentário foca e reforça o enfrentamento das diversas iniciativas militares e bloqueio econômico sofrido pelos Boungainvillianos, que exigiam o cessar da mineração e uma indenização de 10 bilhões de dólares para revitalização da ilha.

O filme mostra as atividades realizadas pela comunidade na busca de adaptações perante as adversidades, tais como: produção de energia e sistemas autônomos hídricos, produção natural de alimentos e oficinas de criação tecnológica dos bens comuns.